Quem sou eu?

Cintia Galvão • 19 de agosto de 2024

Há 15 anos eu me formei, 12 de junho de 2009.


Aqueles números do CRM, meu primeiro carimbo. Eu nunca vou esquecer a aventura que foi ir ao CREMESP pela primeira vez.

Super poder eu tinha, agora era trabalhar para o bem ou mesmo sem querer poder fazer o mal.

Todos os dias antes de sair de casa para trabalhar, eu pedia a Deus que se eu não fosse capaz de ajudar aqueles que eu atendesse, que eu não fizesse nada de errado a ninguém.


E assim passei 3 anos, num posto de saúde na zona Leste de São Paulo, Carlos Gentile.

Ali eu me fiz gente, ali eu aprendi a olhar além do corpo, eu vi que nem sempre o melhor tratamento tinha a resposta que eu queria.

Eu fui grande ajudando os idosos sem habilidade em leitura, a compreender como tomar remédios. Era tanta pressão descompensada.

O meu melhor resultado veio quando eu aprendi a desenhar o sol e a lua na caixa dos remédios, foram “meus agentes” comunitários que me ensinaram.


Comecei a fazer palestra sobre auto cuidado, alimentação. Um dia uma senhora me falou: “ filha eu sei que você fez tudo com muito amor e cuidado, mas as pessoas não tem dinheiro para comprar esses alimentos”.


Eu também vi que nas palestras realizadas na comunidade, lá na igreja do pastor que infelizmente eu esqueci o nome, diminuíram a procura dos remédios controlados dos idosos que iam lá bater um papo comigo, aferir pressão, medir glicemia…

E ali eu acolhi com a minha ciência, mas aprendi muito além da medicina.

Era certo que para minha vida não existiria outra coisa a fazer senão criar projetos de saúde, me engajar na saúde coletiva.

Um dia, depois de muito chorar com os pedidos de que eu não “abandonasse” aquele lugar, não dava para morar longe do meu futuro marido, eu me mudei para Bahia. E por inúmeras razões, eu perdi o encanto de fazer saúde pública. Nada se comparava aquele lugar, eu não tive ferramentas e nem visão para continuar.


Eu me mudei para Feira de Santana, e aqui eu me senti acolhida, encontrei outro sentido para ser. Descobri que os extremos da vida me atraem.


E desde de o final de 2011, eu passei exclusivamente a atender crianças, e estudar unicamente sobre pediatria.

Eu me apaixonei pelos risos fáceis, pelos choros tão sentidos que precisavam não existir, mas acima de tudo lá estava eu de novo vendo outros ângulos: por que tanta insegurança dos pais?, por que tanta dificuldade em aceitar ? e também muito senti a dor e a iria daqueles que de alguma forma haviam se sentido neglicenciados ou não acolhidos. Aprendi a ouvir mais, a nunca duvidar das queixas e das dores de uma mãe, aprendi a pagar o pato e mesmo assim fazer o meu melhor, essa é a minha história.


Hoje, não me vejo sem aquelas gargalhadas gostosas e estrondosas durante um exame físico feliz, sem um beijo melado, um abraço apertado, sem um “amanhã eu volto para te ver” e dos mais verdadeiros e inesperados “eu te amo”, eu sei que fiz o meu melhor quando eles surgem.

Os meus primeiros pacientes ou clientes de quando cheguei aqui estão crescendo, e dizer tchau a eles me dói, porque eu sempre me senti responsável por aqueles que cativei.


Então, eu voltei a desbravar com muita intensidade e cuidado uma especialidade nova a Hebiatria, a ciência que cuida dos adolescentes. E há 2 anos estou me preparando para chegar aqui, com conhecimento teórico para ganhar mais conhecimento prático, pois ciência sem boa prática não edifica.


Obrigada a todas as mães, os pais, os avós que me confiaram os tesouros de vocês. Eu carrego comigo muito amor e história nesse caminho que percorri com vocês. As histórias de vocês me fizeram ser melhor.

Estou aqui com minha melhor versão para continuar a servir!


Por Cintia Galvão 19 de agosto de 2024
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Por Cintia Galvão 19 de agosto de 2024
O toque físico pode aumentar o bem-estar e diminuir a dor, a depressão e a ansiedade, de acordo com uma grande nova análise de pesquisas publicadas divulgada na revista Nature Human Behavior.